quarta-feira, 23 de março de 2011

Quem sou eu?

Sou algo que as pessoas não querem por perto, cheiro mal, sou um produto do resto, do que sobrou, do que as pessoas não souberam aproveitar ou não quiseram aproveitar.
Fico de prontidão esperando a coleta, sabe - se lá quantas vezes por semana, mas oque isso importa? meu papel é só esperar a coleta. As vezes posso ser uma pedra no sapato da sociedade, mas quando sou essa mesma pedra para as autoridades, aí sim, ganho encaminhamento, meu destino é ser enterrado ou até mesmo depositado em um lugar distante. E isso o que importa? para nós não existe distância.
Sobre isso pergunta - se: quem sou eu? talvez lixo seria a resposta, porém sou um "professor convocado", obrigado a passar por tudo isso e aceitar "alegremente".
E o salário vem aí, em maio, para quem começou a trabalhar em fevereiro de 2011, nada maais justo, pois assim como o lixo o professor convocado não possui contas para pagar. Que beleza!!!

Começamos bem 2011!!!!!!

Rafael L. Caires

quarta-feira, 9 de março de 2011

A verdade pode ser relativa

"Encontrei hoje em ruas, separadamente, dois amigos meus que se haviam zangado um com outro. Cada um me contou a narrativa de por que se haviam zangado. Cada um me disse a verdade. Cada um me contou as suas razões. Ambos tinham razão. Não era que um via uma coisa e outro outra, ou que um via o lado das coisas e outro um outro lado diferente. Não: cada um via as coisas exatamente como se haviam passado, cada um as via com um critério idênctico a do outro, mas cada um via uma coisa diferente, e cada um, portanto, tinha razão. Fiquei confuso desta dupla existência da verdade"

Fernado Pessoa