quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

RAP INDIGENA NACIONAL-Brô Mc´s-terra vermelha (Situação das aldeias de Dourados MS, através da musica)

FRASE

"O homem não vive somente de pão; a História não tinha mesmo pão; ela não se alimentava se não de esqueletos agitados, por uma dança macabra de autômatos. Era necessário descobrir na História uma outra parte. Essa outra coisa, essa outra parte, eram as mentalidades"

Jacques Le Goff

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A nova historiografia por Peter Burke

De acordo com Burke, a Nova História diferencia-se da tradicional em seis pontos: o paradigma tradicional diz respeito somente à história política, a Nova História, como dito anteriormente, preocupa-se com uma história total, onde tudo é histórico; a história tradicional pensa na história como narração dos grandes fatos, a nova preocupa-se em analisar as estruturas; a tradicional olha de cima, a nova, de cima, de baixo e de outros ângulos possíveis; documentos oficiais são os que interessam ao paradigma tradicional, o paradigma da Nova História aceita qualquer espécie de documento; o historiador tradicional explica por meio da vontade do indivíduo histórico, a Nova História preocupa-se com os movimentos sociais, as tendências; e, finalmente, o paradigma tradicional considera a História uma ciência objetiva, o paradigma novo não crê na possibilidade de uma objetividade total.
Peter Burke também observa que a História Nova não é assim tão nova e que já houve tentativas semelhantes anteriormente, também nota que a Nova História apresenta problemas relativos à definição, posto que os historiadores estão avançando em um território não familiar, estão pouquíssimo habituados a relacionar acontecimentos e estruturas, quotidiano e mudança, visão de cima e visão de baixo. Problemas relativos ao uso fontes também são apontados, essas novas fontes precisariam de uma nova crítica, de um novo método de trabalho. Por fim, Burke também percebe problemas de explicação e de síntese, e diz que a explicação estrutural, apesar de aumentar a interdisciplinaridade, muitas vezes não toma conta do fluxo do tempo, o qual é uma das preocupações do historiador, além disso, está cada vez mais difícil conseguir uma síntese, em decorrência da profusão de diferentes objetos.
O último capítulo do livro, A História dos Acontecimentos e o Renascimento da Narrativa, também escrito por Burke, está intimamente ligado à discussão referente aos métodos de explicação histórica propostos pelo paradigma da Nova História. Percebendo o retorno da forma narrativa à historiografia, o autor discute o grau de narratividade na historiografia contemporânea e observa alguns debates existentes ao redor do tema, apontando as principais tendências. Burke volta a falar sobre o debate entre paradigma tradicional e Nova História, partindo em seguida para a discussão iniciada na década de sessenta – principalmente estadunidense – ligada à narrativa. Destaca as idéias de Kracauer, Hayden White entre outros.
Fonte: http://www.klepsidra.net/klepsidra10/burke.html

sábado, 18 de dezembro de 2010

Frase

"Continuo batendo com dois dedos e errando muito. Devo dizer que sou um dos homens mais incapazes do mundo. A lista de minhas incapacidades é enorme" Obs.: Em 1988, quando questionado porque não trocava sua velha máquina de escrever mecânica por uma eletrônica. ~ Frase de Jorge Amado

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

domingo, 5 de dezembro de 2010

Frase

" Aids não é mais só uma doença, é uma questão de direito humano. Como eu fiquei preso com uma sentença de prisão perpétua, as pessoas infectadas pelo HIV vivem com uma condenação para a vida toda. Temos os remédios e as formas de livrar as pessoas desta condenação em mãos. Precisamos agir juntos para fazer esta ajuda chegar as pessoas necessitadas. "
Nelson Mandela

História Regional

“A História é o estudo do homem no tempo”
(Marc Bloch)

A frase acima nos alerta para uma nova abordagem da disciplina História. Repensar os conceitos, métodos e as técnicas deste ofício que se constitui de ‘homens no tempo’ é fator fundamental para a inserção de novos campos de trabalho para os pesquisadores.
As tendências historiográficas que valorizam a localidade, a região e a micro-história, ganharam impulso a partir da década de 1960, com a amplitude das fontes de pesquisa, já defendida por Marc Bloch e Lucien Febvre com a Escola dos Annales nos anos 1930.
Há diferenças metodológicas na maneira de lidar com os temas que visam trabalhar tais temáticas. A problemática da Região se dá por meio de recortes antropológicos, culturais e políticos, aproximando o historiador de seu objeto de estudo, sendo que a História Regional e local não pode ser desvinculada de um contexto mais amplo de região. Alguns pesquisadores defendem que “[...] a definição de região e sua análise deve considerar todas as dimensões caracterizadoras de um determinado recorte sócio-espacial, entre elas a territorial, mas não apenas ela [...]” (CUNHA, 2000, p. 49) Outros, defendem que: “[...] a organização espacial sempre se constitui em uma categoria social, fruto do trabalho humano e da forma dos homens se relacionarem entre si e com a natureza [...]” (AMADO, In: SILVA, 1990, p. 8). Tais debates são fundamentais na atualização e concepção de tais conceitos.
Há, entretanto, necessidade de fontes de pesquisa específicas, sendo localizados em arquivos públicos e particulares, (estes muitas vezes de difícil acesso) livros de ata, jornais entre outras que possam suscitar um debate sobre o passado à luz do presente, pois “[...] o historiador, mesmo quando pesquisa o passado, trabalha no presente [...]” (AMADO, In. SILVA, 1990, p. 12).
Quando pensamos em Micro-história, percebemos uma redução de escala de observação evidenciando uma determinada análise que o macro não prioriza, pois de acordo com Giovanni Levi (1992, p.158) “[...] ela tenta não sacrificar o conhecimento dos elementos individuais a uma generalização mais ampla e de fato acentua as vidas e os acontecimentos individuais. Mas, ao mesmo tempo, tenta não rejeitar todas as formas de abstração, pois fatos insignificantes e casos individuais podem servir para revelar um fenômeno mais geral [...]”.
Assim, partindo destes pressupostos, nota-se que neste contexto atual referente à região, os estudos ganham relevância acadêmico-cientifica, pois quando devidamente trabalhado, é um campo de pesquisa rico aos historiadores. Isso nos mostra que a micro-história, preocupa-se com o enfoque metodológico realizado, e a história regional ocupa-se do objeto de enfoque, a partir do conceito de região, este que deve ser “[...] capaz de apreender as diferenças e contradições geradas pelas ações do homem, ao longo da História, em determinado espaço [...]” (AMADO, In SILVA, 1990, p. 8). Posto isso, a função de estudar o homem no tempo e espaço, proposto pela epígrafe de Marc Bloch, é útil e fundamental para tais análises, uma vez que o historiador é o profissional responsável por realizar as aproximações mostrando permanências e rupturas dos enfoques regional e geral, estes que permanecem em diálogo constante com momento histórico que se estuda.

Autor: Gilberto Abreu de Oliveira

Referências:
AMADO, J. História e Região: Reconhecendo e Construindo Espaços. In: SILVA, M.A. República em Migalhas: História Regional e Local. P.7-15
BLOCH, M. Apologia da História ou o Ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.
CUNHA, L. A. G. Sobre o Conceito de Região. In. Revista de História Regional. Ed. 5. p. 39-56
LEVI, G. Sobre a micro-história. In. BURKE, P. (org) A escrita da História: Novas Perspectivas. São Paulo: UNESP, 1992.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

terça-feira, 23 de novembro de 2010

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A Carta Testamento ( GETÚLIO VARGAS )

Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se novamente
e se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam: não me combatem, caluniam
e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha
ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e
principalmente os humildes. Sigo o destino que me é imposto.

Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros
internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de
libertação e instaurei o regime de liberdade social.

Tive de renunciar. Voltei ao Governo nos braços do povo. A campanha subterrânea
dos grupos internacionais aliou-se às dos grupos nacionais revoltados contra o
regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no
Congresso. Contra a Justiça da revisão do salário-mínimo se desencadearam os
ódios.

Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através
da Petrobrás, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A
Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja
livre. Não querem que o povo seja independente.

Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do
trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas
declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais
de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso
principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta
pressão sobre a nossa economia a ponto de sermos obrigados a ceder.

Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão
constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando
a mim mesmo, para defender o povo que agora se queda desamparado. Nada mais vos
posso dar a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém,
querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha
vida. Escolho este meio de estar sempre convosco.

Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a
fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós
e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a força
para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será vossa bandeira
de luta. Cada gota do meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e
manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão. E
aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do
povo e hoje me liberto para a vida eterna.

Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu
sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do meu
resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo.
Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu
ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio.
Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para
entrar na História.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O Rádio na História

“ Há várias razões para se valorizar o rádio seja ele na sua versão analógica ou digital ou talvez através de modelos educativo, comercial ou comunitário. Uma delas é que para receber a mensagem do rádio não é necessário saber ler. “ ( André Barbosa Filho, Professor)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Frase

"O automóvel nunca substituirá o
cavalo" (uma égua)
"Nada é tão admirável em política quanto uma memória curta." John Kenneth Galbraith
Não sei com que armas a III Guerra Mundial será lutada. Mas a IV Guerra Mundial será lutada com paus e pedras.” Albert Einstein
" a incompreensão do presente nasce da ignorância do passado"
                  Marc Bloch - Historiador

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Frase

O humor é um caminho grande a ser explorado.